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Financiamento Coletivo Livro de Contos Réquiem Para Um Amor

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Conto - ERA FELIZ UM MÊS ATRÁS E NÃO SABIA [Financiamento Coletivo Réquiem Para Um Amor]

Este conto veio de uma conversa com um colega, ainda em 2015. Escrevi-o com base a premissa inicial sendo a frase-título da pequena história. Dentro do Réquiem, este conto, este trecho, compunha a segunda fase, antes da segunda história de Dante e suas desventuras amorosas, ainda no contexto do surgimento da paixão. É a isto que este recorte se propõe: aquele frio na barriga, o coração acelerado, e as mais diversas sensações que uma paixão em estágio inicial desperta. Particularmente, hoje acho o conto datado e ele era feliz demais para se enquadrar no Réquiem. Mas segue sendo um registro histórico do desenvolvimento da minha escrita e desse projeto em especial. Então cá está.  ERA FELIZ UM MÊS ATRÁS E NÃO SABIA Eu acordei naquele dia e fiz um bom café, como não fazia frequentemente. O sol brilhou bastante, mas não estava quente ainda. Um pássaro cantou de uma árvore distante mais abaixo na minha rua. Tudo estava quieto, ou talvez estivesse calmo e eu confunda sempre o silêncio com qui

Conto - ELETRICIDADE HUMANA [Financiamento coletivo Réquiem Para Um Amor]

Este conto foi descartado da versão final do livro Réquiem Para Um Amor. Contudo, ele já foi revisado. Tendo isso em vista, e a necessidade de continuar falando sobre essa história até o financiamento acabar, vou lançar aqui o texto na íntegra para leitura gratuita.  ELETRICIDADE HUMANA Eletricidade corre pela pele em momentos especiais como aquele que Vitor Junior vivenciara às cinco horas e quarenta e dois minutos de uma tarde nada destacável no segundo sábado de julho. Não fosse a eletricidade correndo pela pele, estaria tudo normal. Mas a eletricidade correra e ele se admirou com ela, era algo mágico, fora do normal, encantador. Há muitas coisas que os físicos sabem no presente e saberão no futuro, mas entre elas não está a poética da vida simples. Vitor sentiu percorrer pelo corpo não uma energia a percorrer elétrons, uma reação capaz de gerar campo, com valores, mensurável e previsível conforme certas leis. A eletricidade de Vitor era uma analogia à mais indescritível das sensaçõ

Conto - Quando virei chuva

Este conto é originalmente de 2016, não sei precisar exatamente quando. Mas precisava manter este blog ativo de alguma forma. Não fiz correções nem alterações, decidi mantê-lo exatamente como estava no original, incluindo todas suas falhas. Eu tirei um dia para ser chuva, e como chuva fluí ao mar. Tarde da noite, insone como as boas criativas noites começam, desliguei a televisão que não fazia diferença ou barulho que agradasse e abri a janela engordurada na cozinha de meu apartamento no terceiro andar do prédio onde morava e que se localizava no meio da cidade. Muitas coisas me seguravam em terra, como as correntes de Prometeus mantinham-no em seu castigo; eu respirei fundo e para cada novo ar em meus pulmões uma dessas ligas imaginárias de metal rompia-se silenciosamente pelas forças dentro de mim. Eu precisei de uma hora, mas todas caíram. Com a janela aberta eu virei chuva depois disso.  Não há melhor sensação do que ser nada em meio ao todo, ser gota de água flutuando no céu, espe

Crítica Pluto na Netflix - Nada é mais humano que um robô

 Quando eu tinha uns 12 anos fui à Bienal do Livro no Rio de Janeiro e, na loja de quadrinhos, saí com alguns volumes diferentes, entre eles o Volume 3 de Astro Boy. Por quê? Porque era mangá e eu conhecia de nome, por alto, a história de Osamu Tezuka. Eu li na época e, obviamente, entendi muito pouco, já que a história começava na conclusão de um arco dramático importante. Ficou na minha estante todos esses anos como uma curiosidade, mas alguns meses atrás a Netflix divulgou o lançamento de Pluto como uma história derivada de Astro Boy e isso chamou minha atenção. Eu já havia lido alguns artigos sobre Tezuka e sobre sua competitividade extrema no mercado de mangás do Japão, tendo atuado em praticamente todos os gêneros desse estilo de quadrinho para não perder espaço para outros autores. Por conta disso, imaginei, ao começar a ver Pluto, que essa história fosse uma adaptação em Seinen (mangás para o público adulto) do próprio Tezuka do universo que ele criou (no original um Shonen de

Outro blog de fim de ano

 É outro fim de ano e eu passo meus dias ansioso com a mudança no calendário. Uma simples troca de número, momento protocolar da humanidade - não contamos nossos dias desde a criação do Universo, mas datamos pelo nascimento do hebreu mais famoso de todos o grande amigo JC. Todo ano, sem exceção, eu fico ansioso. Não que isso seja algo raro, estou ansioso o tempo todo, vivo sob um nível de estresse que não condiz com a minha rotina. Já me acostumei a isso, como também me acostumei a ideia de chegar ao final do ano com uma grande pilha de metas não realizadas. Desde o fim do Pergaminho eu vivo assombrado com a culpa pelo fracasso de um projeto (e o fracasso de dezenas de outras coisas na minha vida) que me impede de seguir em frente sem estar com o pescoço torcido olhando para trás. E, falando em pescoço, este foi o ano da descoberta dos meus [vários] problemas de coluna. Tantos na verdade que se soma à pilha de preocupações diárias a constante vigília sobre meus movimentos. Nas duas vez

Demo - Jogo RPG Maker VX para Download

 Muito tempo atrás, quando eu ainda era um adolescente com muito tempo livre, descobri o RPG Maker VX através de um primo. Esse primo, posteriormente, seria meu chefe e me apresentaria ao marketing digital - mas isso é história para outro dia (ele também me apresentou Game of Thrones e Parkour).  Como o bom excêntrico que sempre fui, acabei me encantando com a possibilidade de desenvolver jogos de RPG e criar minhas histórias e aventuras dentro de um sistema. Eu, obviamente, nunca tive pequenas pretensões, e as ideias de jogos eram sempre ENORMES. Claro que, sem conhecimento técnico e sendo movido apenas por uma vontade inata de FAZER sem pensar, os jogos nunca foram para frente. Revirando meu computador esses dias, achei alguns desses arquivos. Decidi disponibilizar os jogos para quem quisesse jogá-los. São duas demos parcialmente feitas, aventuras meio genéricas em mundos sem muita explicação. De qualquer forma, estão a seguir. Baixe aqui a demo do jogo BetaÂnimus Resumo da aventura:

Resenha "O Iluminado" por Stanley Kubrick - Eu não chegaria perto do Jack Nicholson nem mesmo com uma arma

 Assisti nesse final de semana ao clássico do cinema "O Iluminado". À parte de De Olhos Bem Fechados, nunca havia assistido nada do Kubrick. O filme, em resumo, trata da ida de uma pequena família a um hotel isolado para que o pai, Jack, trabalhe como caseiro no local - fechado durante o inverno - enquanto também escreve seu livro. Com o tempo, Jack passa a enlouquecer e começa a ameaçar a vida de sua família. Paralelo a isso, seu filho Danny demonstra sinais de uma habilidade que é chamada pelo cozinheiro-chefe do hotel de Iluminação: um entendimento do mundo místico e uma conexão maior com as coisas ao seu redor.  O filme é repleto de momentos marcantes já gravados na memória coletiva do cinema mundial. Kubrick dirige esse terror (com apenas 1 vítima) de maneira extremamente interessante. A tensão crescente, em especial nos diálogos de Nicholson, mostram um sujeito, aparentemente passível da mesma iluminação que o filho, perdido nos ecos e fantasmas daquele antigo hotel. Ao

Bastidores #1: O John Wick sem coluna está de volta ao jogo

 Meses, talvez até quase ano, que não volto para este blog. Não por falta de vontade, não completamente, mas muito ocorreu da última publicação até aqui. Em primeiro lugar, tive problemas para dar continuidade aos projetos que comecei. Tenho muitas entrevistas para pôr no ar aqui: algumas sairão até o fim do ano, espero (Guilf, Ian, Igor, Everbeatz, outras mais já respondidas e não produzidas).  Ilustração minha que deve virar pôster em breve Também tive problemas com a minha saúde. Há quem já conheça meu histórico questionável de 1 visita 1 diagnóstico por médico. Para além do que eu já possuía, descobri problemas sérios na coluna que me obrigaram a parar minha vida para resolvê-los, do contrário estaria debilitado em poucos anos (hérnias, vértebras pressionando minha medula etc.) Com tudo isso, e mais um pouco de drama pessoal e problemas psicológicos, ficou difícil manter uma continuidade neste blog. Contudo, meus projetos pessoais continuaram se arrastando em frente, não digo andan

Crônicas de Juiz de Fora #1: O corta vento do Souza e uma noite no Muzik

 Essa história tem um quê mais pessoal que as outras crônicas, cujo objetivo é abraçar a cultura jovem da cidade: as festas, os encontros, os locais. Mas eu decidi começar com uma narrativa diferente das outras porque é justo um impulso à parte com o primeiro passo, um salto em direção a um movimento contínuo. Tudo começa em uma noite qualquer, era 2018, ou talvez fosse 2019.  Naquela época, eu ainda passava boa parte dos meus dias correndo atrás de projetos de arte enquanto dividia minhas horas com um trabalho como MEI no marketing digital. Os dias eram dedicados ao trabalho para fazer dinheiro. Não era muito, apenas o suficiente para me manter já fora da casa dos meus pais em uma república que, por seus desdobramentos, merecia uma história à parte. Na parte da noite, eu corria Juiz de Fora com meus amigos, cruzando bares atrás de mesas de sinuca, me entupindo de Brahma latão e ouvindo o que tinham para falar. Eu tinha pouco a contribuir, na maior parte do tempo, estressado com a vida

Set e BRK Mallone preparam show de lançamento no Cine Theatro Central para seu novo álbum, Complexo Guache

  << Set e BRK Mallone preparam show de lançamento no dia 2 de Maio às 18:30h para celebrar o lançamento do álbum Complexo Guache que sai oficialmente em todas as plataformas digitais no dia 30 de Abril.  Rede Social dos artistas: @setsemmc e @brkmallone Foto por João Paulo Brum O Complexo Guache é uma obra intimista que une emoções, modernidade e relacionamentos através das cores, como um processo sinestésico de associação entre determinados padrões: o Verde Online das redes sociais, o cinza dos cigarros e dos perfis silenciados, o azul de um céu imenso prometendo liberdade etc. Este é o terceiro álbum de Set, que lançou recentemente 20 Anos Nunca Mais e teve como primeiro álbum Invernia, ainda em 2018. O Complexo Guache teve como divulgação, até o momento, os singles Aquele Azul e Solar (faixa bônus associada ao projeto).  BRK Mallone é companheiro de voz no projeto e também retorna aos palcos após uma pausa breve durante a pandemia. Juntos, os dois artistas criaram um álbum q

Cenário Homebrew Pathfinder 2e - Queda da Bauléria #1: A chegada da Aliança ao continente de Solárea

 O sol brilhava forte quando as primeiras embarcações da Aliança chegaram às praias verdejantes do continente que passaria a se chamar Solárea. Os historiadores no barco contam dos gritos e vivas quando os primeiros marinheiros e exploradores botaram seus pés na areia branca e fofa de Beláguas. Dos galeões e naus saíram humanos, gnomos e anões buscando uma nova terra para chamarem de sua.  Aqui, interromperemos brevemente nossa história para falar sobre esses povos.  Os humanos pareciam sortidos, embalados em um saco e misturados nas enormes embarcações à vela. Posteriormente, viriam a adotar um novo título, Solarios, em concordância com o novo continente. Distinguem-se dos outros humanos de Golarion por sua pele com pequenas manchas douradas ou prateadas, ainda que apresentem todas as outras características de seus antepassados.  Os gnomos, por outro lado, buscavam uma forma de fugir de sua maldição de descoloramento. Encontraram-na, em um relato que aqui não cabe, mas acabaram recebe

Recomendação: A Viagem de Chihiro e +

 A Viagem de Chihiro é um desses filmes que gerou impacto significativo na memória cultural das pessoas mesmo sendo "estrangeiro". E o estrangeiro, entre aspas, vem porque o nosso conceito de local está atrelado aos EUA, é claro. Não que isso seja positivo, mas essa discussão fica para depois. Voltando ao começo desse parágrafo: as pessoas podem não ter assistido, ou não ter gostado, mas muito provavelmente se lembram da imagem de divulgação de Chihiro, no trem, ao lado do Sem Rosto (os postêrs de lançamento variaram muito, com uma imagem da garota com os porcos ao fundo, ou Haku em sua forma humana e de dragão). Meus pais têm esse DVD em casa e essa é a capa. Além disso, a nova dublagem me causou estranheza depois de 20 anos ouvindo as mesmas vozes. Ou então lembram de Yubaba... Ou do Deus-Rio... Ou do jovem dragão Haku... Ou da cena dos pais virando porcos... A Viagem de Chihiro é repleta de momentos marcantes que, para um público ocidental em sua grande maioria treinado no

Recomendação: Kaguya-Sama Love Is War

 Eu preciso voltar a escrever e, como fazem já 4 meses que este blog está parado, aqui vai uma pequena recomendação. Kaguya-Sama Love Is War é uma série japonesa de animação que trata de Shinomiya Kaguya e Miyuki Shirogane, dois estudantes do ensino médio que estão secretamente apaixonados um pelo outro. Sem deixarem o ego de lado, os dois representantes máximos do conselho estudantil do Colégio Shuchiin tentam elaborar planos que façam a outra parte se declarar primeiro. A premissa, que muda um pouco a lógica dos animes de romance que saem do Enemies to Lovers ou Friends to Lovers, trabalha o que, para mim, foi a parte mais interessante da série (com 3 temporadas de 12 episódios cada). Kaguya-Sama Love Is War mostra as dificuldades de relacionamento através de uma perspectiva social (as pressões sobre homens e mulheres dentro dos papéis de gênero) e econômica (as diferenças de classe entre Kaguya, da elite, e Miyuki, de classe baixa).  Kaguya, como mulher, sente que não é seu papel se

É o fim do tempo dos homens [de novo]

 Outro fim de ano. Mais um ciclo. Nenhum pensamento novo sobre a passagem do tempo, a renovação das estações que ficam cada vez mais quentes, ano após ano, graças às flutuações térmicas causadas no planeta pelo ser humano. Há dois momentos em que me ponho extremamente pessimista: meu aniversário e o Réveillon. Para meu azar, ambos ocorrem com um mês e meio de diferença. Até por isso, caminho pela terra como um espectro ranzinza e amargurado até que Janeiro renova minha vontade de participar da vida.  O Natal, por outro lado, sempre me gerou um misto de sentimentos. De começo, aquela alegria infantil de esperar por presentes sob a árvore. Em seguida, um ressentimento pelas obrigações familiares de presença em ceias e a interminável conversa dos adultos sobre tudo, menos o que é realmente importante. Por fim, um sentimento mais novo, mais cético e mais delicado, a experiência de se ver dividindo amor e deslumbre com as pessoas que realmente importam - e não necessariamente a família. Iss